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domingo, 28 de julho de 2013

Pacientes com câncer denunciam falta de leitos em hospitais do Piauí

Uma lei federal garante que pacientes com câncer sejam atendidos no prazo máximo de 60 dias, mas na prática eles passam muito mais do que isso para conseguir atendimento. Se o o paciente precisar de uma cirurgia a espera é ainda mais longa.

Em todo o estado existe apenas um hospital credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para receber esses pacientes e faltam vagas para atender a demanda. A doença que já é difícil de ser tratada se torna ainda mais complicada pela falta de atenção do poder público.

Imagens de vídeo feitas por aparelhos de celular mostram pacientes revoltados no setor de admissão do Hospital São Marcos porque não conseguem leitos para serem internados. São pacientes com câncer e que têm urgência em iniciar o tratamento da doença.

As imagens foram feitas por uma mulher que preferiu não se identificar. Ela é sobrinha de um paciente com câncer de próstata e diz que só conseguiu internar o tio depois de cinco tentativas. “Eles dizem que não tem vaga. Tem que esperar surgir uma vaga, aí eles mandam as pessoas voltarem para suas casas e dizem que liga. No caso do meu tio, quando nós levamos era a quinta vez e nunca ligaram, ele é quem ia atrás”, relatou.

Miguel Arcanjo vem passando pelo mesmo problema há vários meses. O trabalhador rural tem um tumor maligno na cabeça e mora na cidade de São Miguel do Tapuio, a 227 quilômetros deTeresina. Ele fala que por três vezes teve que viajar para a capital em busca de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A última viagem perdida ele fez essa semana. “Esse 
problema a cada dia está se desenvolvendo mais e não tenho nenhum controle. Estou lutando por uma cirurgia e quero que seja feita logo, pois sei que tenho pouco tempo de vida, mas esse pouco que tenho quero lutar”, disse.

A direção do hospital não quis se pronunciar sobre o assunto. Por mês a unidade realiza mais de 14 mil procedimentos de oncologia pelo SUS. O São Marcos dispões de 60 leitos para pacientes em tratamento contra o câncer e 40 são para pacientes do sistema público. Dos 55 leitos cirúrgicos, 36 devem ser postos a disposição dos pacientes do SUS.

Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Noé Fortes, o número é insuficientes para atender a procura de pacientes da capital, do interior do Piauí e pessoas vindas de outros estados. “Precisa de equipamentos caríssimos, além disso, tem que ter uma prevenção de manutenção quando o aparelho quebra. Para criar outro hospital, eles têm que se pronunciar e apresentar a secretarariade saúde do município”, argumentou Noé Fortes.

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