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sábado, 31 de agosto de 2013

Sábado, 31/08/2013 às 11h:23 Sem estrutura nem dinheiro, 3 cidades do Piaui rejeitam receber médicos estrangeiros

Piauí figura no Ministério da Saúde com 121 municípios que devem receber profissionais do programa Mais Médicos. Desses, na primeira etapa, 23 médi­cos passam a atuar no Estado, incluindo um estrangeiro. Mas pelo menos três prefeitos, de Amarante, Bocaina e Alto Longá, recusaram os bolsistas. Eles alegam que faltam estrutura pa­ra o atendimento e recursos – as prefeituras têm de pagar mora­dia e alimentação desses profis­sionais.
O único médico estrangeiro no programa para o Piauí vai pa­ra o município de Bocaina, que não quer recebê-lo. Naverdade, o médico Miguel Dionízio da Sil­va é clinico geral, brasileiro e piauiense do município de Fronteiras, mas se formou pela Universidade de Cádiz, na Espanha. Ele já trabalhou na Espa­nha e em Portugal. Mesmo brasileiro, Miguel Dionízio passará três semanas em curso, em Fortaleza, para tomar conhecimen­to da atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS).
O secretário de Saúde de Bo­caina, o médico Francisco Ma­cedo, que já foi prefeito do mu­nicípio, desistiu de receber o profissional. Ele disse que são altos os custos. “O que se gasta­ria com ele dará para melhorar ainda mais as condições para os (médicos) da cidade. Como eu explicaria para mim mesmo, que sou médico público, um profissional ter benefícios que somam mais de R$ 2omil?”, questionou, dizendo que a deci­são foi acordada com o prefeito, o médico José Luiz (PTB).
Já os prefeitos de Alto Longá e Amar ante, Flávio Campos Soa­res (PMDB) e Luis Neto Alves (PSD), respectivamente, afir­maram que as cidades abdica­ram do Mais Médicos porque su­postamente a iniciativa retiraria recursos do Programa Saúde da Família (PSF). “O governo vai apenas fazer remanejamento de recursos”, diz Alves. Já Soares reclama que o municí­pio ficaria responsável por mui­tas despesas. “O governo (fede­ral) faz só a recomendação e quem paga a conta é a prefeitu­ra. Tem de mandar o médico e mais recursos”, enfatizou.
Procurado, o Ministério da Saúde ressaltou que os programas Mais Médicos e Saúde da Família são independentes.
Sem estrutura» O médico Erick Vieira da Silva, de Alto Longá, ressalta que ainda falta estrutura na saúde pública da cidade. “Não temos as condi­ções mínimas.”
Para entender
Estrangeiros terão tutores
O programa Mais Médicos dará uma bolsa de R$ 10 mil aos profissionais inscritos, graduados no Brasil ou no exterior. Os brasileiros devem começam o trabalho no dia 02, e aqueles com diploma estran­geiro, dia 16. Antes, estes passarão por um treinamento de três semanas com aulas de idioma, sobre a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) e a legislação brasileira. Quem não tiver competências médicas ou linguísticas poderá ser desligado. Durante os três anos do programa, os médicos serão supervisionados por tutores de universidades federais.Luciano Coelho – Estadão

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