Mesmo líderes e partidos da base de apoio ao governo admitem a dificuldade pra realizar o plebiscito a tempo das eleições do ano que vem.

As discussões sobre a reforma política proposta pela presidente Dilma Rousseffvoltaram a dominar a agenda política do Congresso. E mesmo líderes e partidos da base de apoio ao governo admitem a dificuldade pra realizar o plebiscito a tempo das eleições do ano que vem.
Na Câmara, estão sendo definidos os representantes dos partidos que vão fazer parte do grupo de trabalho para discutir a reforma política. O PT continua defendendo que seja feito um plebiscito.
“Se isto puder valer para 2014, ótimo. Se não puder valer para 2014 e puder valer pra 2016, é muito bom também. Porque quem está esperando há 18 anos, se tiver que esperar mais um ano, é melhor fazer do que não fazer”, afirma o deputado Henrique Fontana , do PT – RS, vice-líder do Governo.
Partidos da própria base de apoio ao governo não acreditam nas chances de uma reforma política por meio de um plebiscito que saia a tempo das eleições de 2014. O Congresso teria pouco mais de 20 dias para discutir e votar a proposta nas duas casas, respeitando o prazo do Tribunal Superior Eleitoral de 70 dias para organizar pleito.
Os próprios presidentes da Câmara e do Senado têm dúvidas sobre a viabilidade e têm discutido isso com o governo.
“Eu defendo o plebiscito, mas sinceramente nós não sabemos se ele será aprovado”, diz o senador Renan Calheiros, do PMDB – AL, presidente do Senado.
“Eu acho que o tempo inviabiliza o que gostaríamos todos, de uma consulta via plebiscito, poderá restar que é muito importante também, uma consulta via referendo popular, de um projeto de reforma política que esta Casa tem o dever de fazer", destaca o deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB – RN, presidente da Câmara.
Depois do PMDB e do PSB, nesta quarta, o PR - Partido da República -, também da base aliada, se manifestou publicamente dizendo que não há tempo hábil. A oposição defende que o Congresso aprove uma reforma política e que então as mudanças, sejam submetidas à população, por meio de um referendo.
“É impossível qualquer alteração ser aplicada na eleição de 2014, é uma frustração para a população e jogar R$ 500 milhões no ralo. A sociedade não quer isso”, ressalta o deputado Ronaldo Caiado, do DEM – GO, líder do Dem.
Além do prazo, outra questão que se admite internamente no Congresso é que muitos parlamentares não querem mudanças que mexam com as eleições do ano que vem. O Palácio do Planalto ainda negocia para que algumas medidas da reforma política sejam aprovadas, as menos polêmicas.
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