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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sob risco de isolamento, Wilson Martins tenta um contragolpe político

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Desde o início deste ano, eram fortes as especulações em torno da saída, ou não, de Wilson Martins do cargo de governador em abril de 2014, data limite determinada pela justiça eleitoral para a desincompatibilização daqueles que almejam concorrer as eleições do próximo pleito.

O jornalista Zózimo Tavares afirmou esta semana no jornal Diário do Povo que é certa a permanência de Wilson Martins no governo do Estado. Isso significa que Wilson desistiu de disputar a eleição para senador. O governador já teria comunicado a Eduardo Campos, líder maior do PSB, sua decisão de permanecer no cargo.
Golpe e contragolpe
Wilson tentou isolar o Partido dos Trabalhadores e o fez desde o início de sua gestão. As pastas ocupadas pelo partido tiveram pouco ou nenhuma atenção por parte da comunicação oficial do Estado. Os secretários ficaram isolados. Havia uma animosidade entre membros do PSB para com integrantes do PT. Desde o primeiro dia de governo, não foram poucos os membros do governo que atribuíam a Wellington Dias a herança de um Estado desorganizado financeiramente.
A Coordenadoria de Comunicação Social barrava qualquer menção sobre Wellington(PT) nos releases oficiais. Obras e ações do governo federal eram ‘vendidos’ em propagandas institucionais como sendo do Governo Estadual.
O plano não deu certo. O golpe eleitoral foi frustrado por um contragolpe de Ciro Nogueira e dos outros dois senadores piauienses que formaram uma aliança em torno de suas próprias candidaturas: Wellington Dias(PT) para governador e João Vicente Claudino(PTB) para senador.
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Da guerra fria para o ataque

Sobre Wilson Martins paira a coação de estar se inviabilizando politicamente e de levar junto os parentes mais próximos. Sofre forte pressão por parte do irmão Rubens Martins, secretário de desenvolvimento rural, que tem na gaveta uma candidatura a deputado federal que depende da decisão de Wilson e também a cobrança de dezenas de parentes que o governador mantém em cargos de primeiro e segundo escalão no Estado, todos inseguros sobre seus futuros.
Vendo seu plano desaguar, Wilson Martins partiu para o ataque. Há cerca de dois meses passou a ocupar espaços na imprensa para acusar o PT de ter quebrado o Estado. E foi mais além, mais recentemente deferiu ataques ao Senador João Vicente Claudino.
Ao passar da tranquilidade para a tempestade, o governador deu fortes sinais de que estava ficando cada vez mais acuado. E estava.
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O óbvio

Estaria marcado para o próximo dia dos de janeiro o anúncio da sua permanência. Assim, Wilson começa o processo de tentar fazer o seu sucessor. Mas o governador não conta com nomes fortes, nem no seu partido nem entre os aliados mais próximos. Os mais cotados são Átila Lira, atual secretário de educação do seu governo e Wilson Nunes Brandão, secretario de governo, parente e braço direito.
Átila Lira (PSB) foi um dos deputados federais mais bem votados na última eleição, porém tem um histórico de derrotas quando o assunto é o poder executivo. Perdeu duas vezes quando disputou as eleições de 1985 e 1988 para prefeito de Teresina e amargou a derrota histórica nas eleições de 1994 para governador do Piauí.
Wilson Brandão é um deputado estadual de carreira. É um político comedido e não detém uma densidade política das maiores. Porém, tem a seu favor, em teoria, uma baixa rejeição junto a população por sempre atuar nos bastidores.
Ao optar pelo óbvio, Wilson Martins corre sérios riscos. Porém, uma aventura como foi a escolha de Beto Rego como candidato a prefeitura de Teresina em 2012 é um risco que o PSB não aceita correr. Dentro do partido, Wilson não tem muitas alternativas, fato que fortalece a teoria de que, se ficar na cadeira, é para apoiar um nome mais forte do que os que ele tem disponível em seus quadros.
O novo contragolpe
Se não tem um nome forte para governador, o PSB tem uma alternativa para substituir Wilson Martins na candidatura para o Senado: o recém filiado Heráclito Fortes. Político experiente, Heráclito pode ser o candidato certo para disputar com João Vicente a única vaga para senador na eleição de 2014.
Ex-senador pelo extinto PFL, Heráclito possui fortes laços de amizade com o ainda pré-candidato a governador pelo PSDB e ex-prefeito de Teresina, Silvio Mendes.
Pode estar sendo desenhado um contragolpe em desfavor de Wellington Dias. Uma nova chapa, apoiada por um Wilson Martins que permanece na cadeira: Silvio Mendes candidato a governador pelo PSDB numa articulação com um candidato a vice indicado por Wilson Martins e Heráclito Fortes concorrendo ao Senado Federal. O PMDB, no caso, ficaria com a vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas e seria aguilhoado através de cargos dentro do governo que fica.

Texto e arte: Portal Capital Teresina

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